Página sobre a exposição da Exposição Fruturos
Tudo na Amazônia impressiona. Região mega biodiversa, com milhares de espécies presentes em oito países e um território, ocupando mais da metade do Brasil. Mais de 30 milhões de pessoas habitam o bioma, uma população tão diversa quanto as paisagens da floresta. Há muitas Amazônias, plenas de vida e potência. E são várias as camadas temporais que se sobrepõem na região.
O futuro da Amazônia, contudo, é incerto. O modelo econômico das últimas cinco décadas apoiou-se num ritmo de degradação da natureza muito superior àquilo que as atividades humanas foram capazes, até aqui, de recuperar. A alteração dos ecossistemas amazônicos e do clima na região são as mais emblemáticas distorções desse modelo e mudaram a forma como a floresta regula seus fluxos, das trocas com a atmosfera aos rios poluídos de mercúrio do garimpo ilegal. Cerca de 20% da floresta está degradada. Em anos recentes, o crescimento do desmatamento choca a América do Sul e o mundo após anos de maior governança. A Amazônia é global, conectada a outros biomas e tem influência na Terra. Com as mudanças climáticas, um complexo desafio se impõe ao futuro da floresta e de todos que nela habitam ou dependem de seus recursos e sua água.
O profundo conhecimento construído pelas populações originárias por milhares de anos inspirou outros povos tradicionais que convivem com a floresta. Eles coabitam com os animais, reconhecem centenas de espécies de árvores, percebem a crescente subida dos rios com o passar dos anos. Estão na linha de frente da emergência climática. É com eles e com os cientistas que vivem e são da Amazônia que devemos aprender como respeitar e regenerar biomas. Desenvolvendo pesquisas, produzindo soluções e novos ativos baseados na rica genética da região, com muitas espécies endêmicas.
Não podemos esperar mais uma ou duas décadas. Precisamos de um novo modelo de desenvolvimento socioeconômico na Amazônia baseado em três eixos: conhecimento científico, saberes e práticas das populações tradicionais e o compromisso de conservar a floresta em pé. Com mais educação e oportunidades para os amazônidas inovarem. Sabemos o que precisa ser feito, temos as ferramentas. O momento para zerar o desmatamento é agora.
O futuro da Amazônia é também o nosso. Com uma Amazônia regenerada, crescendo em cada um de nós. Nela habita uma árvore chamada esperança. Que ela dê muitos frutos para todos.
Leonardo Menezes, curador
Bastidores da exposição
Mensagem do comitê curatorial
Amamos a Amazônia por serem tantas as Amazônias. Pelas vidas maravilhosas e tão diversas que delas fazem parte. Pelas belezas grandiosas e únicas das suas muitas paisagens. Pelas sabedorias e culturas dos povos que as habitam. Pelo que desperta em nosso espírito uma natureza gigante que resistiu e resiste ao ímpeto destruidor de um tempo em que nós víamos na floresta um depósito de tesouros a serem descobertos e saqueados, uma selva a ser domesticada e desaparecida.
Aprendemos que precisamos da Amazônia porque ela nos entrega, em territórios muito distantes do Brasil, a água sem a qual a vida como é hoje não seria possível. Porque protege o clima de todo o planeta e tem uma biodiversidade riquíssima e única, ameaçada pela sexta grande extinção da vida no planeta (dessa vez causada por nós, humanos). Porque permite à humanidade a bênção de incluir em sua alma e saber, o conhecimento dos povos indígenas, de ribeirinhos, quilombolas e de pessoas que deixaram seu mundo e adentraram a floresta, e as cidades na floresta, para lá construírem vidas, esperanças e almas amazônicas.
Agradecemos à Amazônia, à sua vida e seus povos, pela bênção de um presente de valor inestimável: o verde da esperança. Esperança em um futuro onde, a partir da expansão de nossa consciência, escolhemos interromper a destruição da floresta e de seus povos. Esperança em que a união da ciência com os saberes tradicionais e a união entre os povos da Amazônia e as pessoas do Brasil e do mundo inteiro alcancem a gloriosa ambição do desenvolvimento sustentável da maior floresta tropical do mundo. Esperança de que esse caminho nos guie ao aumento do bem-estar das populações amazônicas, ao desenvolvimento socioeconômico do Brasil e à saúde planetária.
Comitê curatorial do Museu do Amanhã
Alexandre Fernandes – curador de Inovação
Luana Génot – curadora de Convivência
Sérgio Besserman – curador de Sustentabilidade
Mensagem da diretoria do idg
A Amazônia é a floresta que desafia a sociedade ao mesmo tempo em que proporciona tantas possibilidades para o futuro. Um dos grandes responsáveis pela manutenção do clima no planeta, essa floresta possui uma complexidade ecossistêmica sem igual e abriga milhares de espécies em sua fauna e flora, muitas ainda a serem descobertas.
No Brasil, este ativo global vem sofrendo ameaças crescentes e constantes, como queimadas, desmatamento e garimpo ilegal. Neste cenário, o debate sobre como a ciência pode impulsionar um novo modelo de desenvolvimento sustentável e inclusivo na floresta ganha luz. Buscamos evidenciar a importância de aliar conhecimentos tradicionais com inovações em tecnologia e pesquisa, a fim de impulsionar uma economia verde e regenerativa, com baixo impacto ambiental e soluções que recuperem o que já foi degradado.
Que Amazônia queremos para o futuro? Qual o modelo de desenvolvimento econômico e social é o mais sustentável para manter a floresta em pé, mas também prover qualidade de vida a todas as pessoas que vivem naquela região?
Perguntas que farão parte da narrativa da nova exposição temporária do Instituto de Desenvolvimento e Gestão – IDG, gestor do Museu do Amanhã, sobre a Amazônia do amanhã. Por meio de experiências interativas e tecnológicas, “Fruturos – Tempos Amazônicos” pretende aproximar você de vivências do ontem, do hoje e do amanhã da floresta, conectando às histórias dos amazônidas: desde os indígenas e ribeirinhos até a população urbana.
Boa exposição!
Ricardo Piquet, Diretor Presidente do Instituto de Desenvolvimento e Gestão – IDG
Maria Garibaldi, Diretora Executiva do Museu do Amanhã
Áreas
A exposição temporária de 2022 do Museu do Amanhã, “Fruturos – Tempos Amazônicos”, agora está disponível em um incrível tour virtual 360°.Você poderá ter acesso a boa parte do conteúdo e navegar por todas as salas.