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Tour Virtual / Textos sobre o tema
Textos sobre o tema
Introdução
A diversidade cultural da Amazônia é tão importante quanto a biológica. As tradições, manifestações, gastronomia, danças, músicas e literatura trazem fortes traços da ancestralidade indígena e africana. Temperos, sons e histórias que atravessaram séculos e que, agora, adaptam-se à modernidade e à tecnologia. Conheça um pouco mais.
Danças, ritmos e música
Toada
Se você ler “a cor do meu batuque tem o toque e tem o som da minha voz…” cantarolando, parabéns! Você conhece ao menos uma toada. Nesse caso, uma das mais famosas, chamada “Vermelho”, feita para a apresentação do Boi Garantido, um dos dois bois folclóricos que competem no Festival de Parintins.
Toadas são músicas compostas para a apresentação dos Bois-Bumbás durante o Festival de Parintins, que acontece todos os anos, e apresentam assuntos sobre a região Amazônica. A palavra significa soar em tom alto. Uma Toada é o canto da floresta, dos rios, das comunidades indígenas e dos costumes. É a própria Amazônia falando para quem não a conhece, não a entende e tenta modificá-la de acordo com os próprios interesses.
David Assayag, o Levantador de Toadas
David Assayag Neto é um dos principais nomes do Festival Folclórico de Parintins. Iniciou sua carreira cantando no Boi Caprichoso nos anos 1980. Reconhecido como o “Cantor mais popular da região Norte”, David colaborou com Fafá de Belém na faixa “Vermelho”.
Marabaixo
O Marabaixo é uma expressão cultural de devoção e resistência formada nas tradições e na identificação cultural entre as comunidades negras do Amapá. O nome remonta às mortes de africanos escravizados em navios negreiros que eram jogados na água. Em sua homenagem, hinos de lamento eram cantados. Essa tradição acontece no contexto das festividades religiosas ligadas ao catolicismo popular, compreendida enquanto oferta aos santos de devoção, em agradecimento às graças alcançadas e proteção dirigida à comunidade.
Carimbó
Considerado Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil, o Carimbó está presente em quase todas as regiões do Pará. Seus instrumentos, sua dança e música são resultados da fusão das influências culturais indígena, negra e ibérica. O nome “carimbó” vem de tambor.
Nas danças, as referências são ao movimento das marés e dos animais da floresta, dos pescadores e agricultores. As coreografias são impulsionadas pelo som dos tambores e expressam cumplicidade e troca de olhares ao longo da encenação.
Dona Onete, Rainha do Carimbó
Ionete da Silveira Gama, conhecida como a “Rainha do Carimbó”, cativa o público pela originalidade de sua poesia, combinada com uma estética musical dançante. A sonoridade alterna o balanço do Carimbó paraense e o ritmo dos boleros românticos.
Brega
Ser chamado de brega é sinal de sucesso! O ritmo musical empodera populações periféricas das cidades, que criaram um rico mercado fonográfico a partir de gravações de músicas com forte apelo sentimental. Patrimônio Cultural e Imaterial do Pará, o Brega é um dos mais amados e duradouros estilos de rock brasileiro, segundo o antropólogo Hermano Vianna.
Originado em Belém, tanto sucesso causou desdobramentos do ritmo, como o Tecnobrega, que encontra nas aparelhagens – grandes festas itinerantes com shows pirotécnicos – o seu cartão de visitas.
Fafá de Belém, Brega versátil
Cantora e compositora, Fafá estreou na carreira profissional no espetáculo teatral Tem Muita Goma no Meu Tacacá, em 1973. A artista transita entre a música regional do Norte, os gêneros populares de viés romântico e os cânones da MPB, como Chico Buarque e Caetano Veloso.
Tecnobrega
Lasers, brilhos, cores fortes e música pulsante no último volume marcam a aparelhagem de um DJ de Tecnobrega. Grandes festas com milhares de pessoas e muitos telões de LED, ao som do zouk, brega, lambada e muita pirotecnia construíram este “sound system” amazônico, como o mais importante palco da cultura pop paraense.
Gaby Amarantos, a rainha do Tecnobrega
“Ex mai love, ex mai love, se botar teu amor na vitrine, ele nem vai valer R$ 1,99”. O verso chiclete, que foi abertura de novela, tornou Gaby Amarantos famosa em todo Brasil. A artista foi indicada a diversos prêmios da música, como o Grammy Latino.
Jaloo, tecnobrega indie
Jaime Melo Júnior, mais conhecido como Jaloo, é cantor, compositor, DJ e produtor musical brasileiro, conhecido pelos tons do indie e tecnobrega, aliados a beats eletrônicos.
Noiadance
O Noiadance, também chamado de “leskerray”, é um ritmo que cria novas batidas (versões) de diversas músicas que fazem sucesso em plataformas de streaming. Mesmo encontrando restrições devido a direitos autorais, o ritmo criado em Porto Velho, capital de Rondônia, é reproduzido principalmente em festas periféricas de música eletrônica.
Calipso
Originado na região do Caribe, o Calipso é um gênero musical que ganhou contornos próprios no Brasil. Chamado inicialmente de Brega Pop paraense, o ritmo foi influenciado pela lambada, pelo carimbó e pela guitarrada, além de receber em quase todas as músicas uma introdução de teclados e elementos de pop-rock das décadas de 1950 e 1960.
A Banda Calypso tornou-se o maior expoente do Brega Pop paraense. Embora tenha se desenvolvido no mercado paralelo das periferias, o gênero transformou-se em um negócio extremamente lucrativo, que conquistou espaço nas mídias de todo o país.
Joelma Mendes, carreira de sucessos
Reconhecida como um ícone da música do Pará, Joelma leva a bandeira de seu estilo musical e do seu estado nos maiores meios de comunicação nacional. Em 1999, formou com o guitarrista Ximbinha a Banda Calypso, que atingiu o auge comercial de sua carreira na década de 2000, sendo líderes absolutos na venda de álbuns no país.
Festividades
Festival de Parintins
Considerado um dos maiores festivais a céu aberto do Brasil, a disputa anual entre os bois bumbás Garantido e Caprichoso – transmitida pela televisão e patrocinada por grandes empresas – acontece durante três dias, normalmente em junho, com uma preparação que dura o ano todo, movimentando a economia da cidade.
Segundo o governo do Amazonas, a maior manifestação cultural do estado injetou na economia parintinense aproximadamente R$ 426 milhões entre os anos de 2005 e 2018. Durante esse período, a festa popular foi responsável por atrair cerca de 700 mil turistas, pelas vias aéreas e fluviais, à Ilha Tupinambarana.
Em 2019, a população de Parintins aumentou em, pelo menos, 50% durante o festival. A última edição pré-pandemia atraiu 60 mil turistas – a cidade tem pouco mais de 115 mil habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Festival do Sairé
A festa de Alter do Chão, distrito de Santarém, no Pará, existe há cerca de 350 anos e segue, desde os anos 1990, o estilo do Festival de Parintins. Porém, em vez de bois, os botos são os grandes protagonistas.
Celebração ao Divino Espírito Santo, o Sairé mistura ritos do catolicismo popular com músicas e coreografias folclóricas. Proibido por mais de 30 anos pela Igreja Católica, ressurgiu nos anos 1970, quando se tornou o maior evento turístico do Baixo Amazonas paraense. Na programação do festival, que acontece em setembro, duas agremiações de botos se apresentam numa arena de espetáculo: Tucuxi e Cor-de-Rosa.
Círio de Nazaré
O Círio de Nazaré é considerado a maior manifestação católica do planeta. Todo segundo domingo de outubro, mais de dois milhões de católicos tomam as ruas de Belém para levar a imagem de Nossa Senhora de Nazaré, carinhosamente chamada pelos seus devotos de Naza ou Nazinha, da Basílica até a Praça Santuário de Nazaré.
Um dos maiores ícones da festa, com 400 metros de comprimento, feita de sisal e pesando cerca de 700 quilos, a corda costuma ser disputada pelos peregrinos durante as romarias. A procissão tem 3,6 km de percurso.
A Basílica integra o conjunto da festa como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco).
Cordão da bicharada
Um bloco carnavalesco que homenageia a fauna da Amazônia com fantasias e mensagens ecológicas de preservação: esse é o Cordão da Bicharada do Juaba, no Pará, uma tradição que dura mais de 70 anos. O ponto alto do cortejo é quando um domador convoca os foliões a representarem os gestos e sons dos animais dos quais estão fantasiados.
Marambiré
A dança do Marambiré é uma representação da identidade dos quilombolas paraenses, um registro da ancestralidade africana. Com isso, os saberes são transmitidos pela oralidade – atravessando gerações – encorajando os afrodescendentes a enfrentarem o racismo e rejeição da tradição.
A manifestação cultural reúne dança, música e cantos. É caracterizada por um cortejo formado por componentes em funções diferentes. Normalmente, é apresentada em um período específico, logo após os festejos do Natal, passando pelo dia de Reis (6 de Janeiro) e encerrando-se no dia de São Sebastião (20 de Janeiro).
Marujada
Tradição iniciada no século 18, a Marujada surgiu na região de Bragança, no Pará, como homenagem a São Benedito, santo católico que teria sido descendente de escravizados africanos. Apesar de o nome vir de uma palavra masculina – os marujos –, são as mulheres que lideram esta tradição que perpassa gerações de famílias.
Durante o festejo, que é patrimônio cultural e artístico do Pará, as marujas e os marujos percorrem a cidade de Bragança imitando o balanço de um barco na água, acompanhados de música e cânticos diversos, além de muita dança.
Literatura
Thiago de Mello – Amazonas
Um dos poetas mais respeitados do Brasil, Thiago de Mello nasceu em Barreirinha, Amazonas, em 1926. Foi preso durante a ditadura militar, exilou-se no Chile e encontrou em Pablo Neruda um amigo e colaborador: um traduzia os poemas do outro. Voltou ao Brasil com a abertura política e foi morar no Amazonas, de onde continua escrevendo sobre questões ambientais, políticas e humanitárias.
É autor de “Acerto de Contas”, “Como Sou”, “Amazonas – Pátria da Água” e “Faz Escuro Mas Eu Canto”. Este último é um livro de poemas que virou tema da 34ª Bienal de São Paulo, em 2021. As produções de Thiago de Mello já foram traduzidas para mais de 30 idiomas e premiadas por diversas entidades literárias importantes. Em 1960, a Academia Brasileira de Letras laureou-o com o Prêmio Nacional de Poesia Olavo Bilac.
Milton Hatoum – Amazonas
Nascido em Manaus em 1952, Hatoum cria textos ricos em detalhes, apresentando lugares, pessoas e conjunturas extraídos de seu imaginário enquanto manauara descendente de libaneses. Entre suas publicações estão os romances “Cinzas do Norte” e “Relato de um certo Oriente”. A obra “Dois Irmãos”, sobre a imigração libanesa na Amazônia, virou série televisiva em 2017.
Olga Savary – Pará
Respeitada e admirada por Carlos Drummond de Andrade e Ferreira Gullar, Olga foi poetisa, contista, romancista e jornalista – além de importantíssima tradutora do rico universo latino-americano. Ela foi a primeira mulher no Brasil a falar de erotismo em coletânea poética. Em 1970, recebeu o Prêmio Jabuti de Autor Revelação por “Espelho Provisório”. Sua obra abrange os livros “O Olhar Dourado do Abismo”, “Linha d’água” e “Sumidouro”, vencedor do prêmio de Poesia concedido pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA).
Regina Melo – Amazonas
Jornalista, poetisa, compositora e produtora audiovisual, Regina é realizadora de obras que vão da literatura ao cinema, da música ao teatro. Seus livros são inspirados nos elementos básicos da natureza e colocam em evidência as mulheres guerreiras do vale do Amazonas e a importância da representatividade feminina para a preservação das florestas. Ela é autora dos romances “Oceano Primeiro – mar de leite, rio da criação” e “Ykamiabas – filhas da lua, mulheres da terra”.
Astrid Cabral – Amazonas
Grande representante feminina na literatura do Amazonas. Poetisa, contista e professora universitária, publicou 17 livros, entre os quais “Lição de Alice”, “Intramuros” e “Ante-sala”. Na ativa há mais de cinco décadas, conquistou os prêmios Olavo Bilac, da Academia Brasileira de Letras; Prêmio Nacional de Poesia Helena Kolody; Prêmio Nacional de Poesia da Academia Brasileira de Letras, entre outros.
Violeta Branca – Amazonas
Nascida em 1915, a manauara ocupou a Cadeira 28 da Academia Amazonense e foi a primeira mulher a ingressar na Federação das Academias de Letras do Brasil. Considerada uma das primeiras poetisas do modernismo, seus textos estão reunidos nos livros “Ritmos de Inquieta Alegria” e “Reencontro: poemas de ontem e de hoje”.
José Veríssimo – Pará
Paraense, foi o primeiro a ocupar a cadeira 18 da Academia Brasileira de Letras. Nascido em 1857, foi jornalista, professor, educador, crítico e historiador literário. Referido como o fundador da “Revista Brasileira”, sua obra como escritor destaca os vários estudos sociológicos, históricos e econômicos sobre a Amazônia, suas séries de história e crítica literárias. José Veríssimo buscava o sentimento de brasilidade na obra de poetas e ficcionistas, desde o início da literatura brasileira.
Inglês de Sousa – Pará
Autor de “O missionário” (1891), em que descreve o dia a dia em uma pequena cidade do Pará. Inglês de Sousa foi advogado, professor, jornalista, contista e romancista paraense, além de primeiro ocupante da cadeira 28 da Academia Brasileira de Letras. Com o pseudônimo Luís Dolzani, publicou os romances “O cacaulista” e “História de um pescador”. Contribuiu ainda com artigos para a “Revista Nacional, de ciências, artes e letras”, além de ter sido responsável por diversas obras jurídicas.
Nenê Macaggi – Roraima
Nenê foi enviada pelo presidente Getúlio Vargas para fazer um trabalho jornalístico sobre a situação dos territórios da região amazônica na década de 1940. Desde então, fixou residência, primeiro na Amazônia e depois em Roraima. Em sua homenagem, o Palácio da Cultura do Estado foi rebatizado com seu nome. A principal obra da escritora é “A mulher do garimpo”. Lançado na década de 1970, seu primeiro romance sobre o sertão amazonense é considerado o marco inicial da produção literária roraimense.
Dalcídio Jurandir – Pará
Nasceu em Ponta de Pedras, Marajó, Pará, em 1909. Seu primeiro romance “Chove nos Campos de Cachoeira” fez parte de uma série de narrativas ficcionais conhecida como Ciclo do Extremo Norte. Inquieto e propositivo, além de filiar-se ao Partido Comunista, Dalcídio integrou o grupo modernista Academia do Peixe Frito, que em 1924, introduziu o Modernismo literário na Amazônia. Dalcídio teve uma de suas obras traduzidas para o russo após viagem para a União Soviética, onde foi apresentado e promovido pelo romancista Jorge Amado.
Antônio Tavernard – Pará
Autor do Hino do Remo, time de futebol de Belém, foi parceiro do Maestro Waldemar Henrique como letrista dos clássicos “Foi Boto, Sinhá” e “Matinta Perera”, canções que eternizam elementos místicos da cultura amazônica.
Benedicto Monteiro – Pará
Nascido em 1924 em Alenquer, no Pará, exerceu o jornalismo na imprensa local. Seu principal livro de contos “Carro dos Milagres” foi premiado pela Academia Paraense de Letras e o romance “A Terceira Margem” recebeu o Prêmio Nacional de Literatura da Fundação Cultural do Distrito Federal. A tetralogia amazônica composta por “Verdevagomundo”, “O Minossauro”, “A Terceira Margem” e “Aquele Um” é reconhecida, estudada e prestigiada internacionalmente.
Culinária
Maniçoba
Prato de origem indígena tradicionalmente servido no Círio de Nazaré, a receita leva (pelo menos!) sete dias para ser preparada. Conhecida como a feijoada sem feijão dos paraenses, a maniçoba é feita com folhas de mandioca triturada (maniva), carne de porco, embutidos e defumados. Apesar de ser um prato acessível, a receita precisa de cuidados especiais no preparo – caso contrário, pode ser altamente tóxica para o nosso organismo, já que a maniva carrega o ácido cianídrico.
Tucupi
“Ouro da Amazônia”, o tucupi é um líquido amarelo, bastante aromático, extraído da mandioca-brava. No preparo, a raiz é ralada e espremida. Assim como a maniçoba, contém ácido cianídrico. Por isso, precisa ser fervido por, pelo menos, vinte minutos antes de ser consumido. Tem um gosto peculiar e é consumido com molhos de pimentas. A iguaria compõe diversos pratos tradicionais do Norte, como o tacacá e o pato no tucupi.
Tacacá
Para aliviar o calor do Norte, nada melhor que uma cuia de tacacá. Combinação de jambu, camarão seco, goma e tucupi, a iguaria pode ser encontrada pelas ruas de Belém e de Manaus. A receita, originária dos indígenas paraenses, é muito popular em toda a região amazônica. Se sentir uma leve sensação de dormência na boca quando for experimentar, não se assuste: é efeito do jambu.
Jambu
Famosa na cachaça e na gastronomia, a planta, que é facilmente encontrada no Norte do Brasil, até lembra a folha de couve, mas é inconfundível pela dormência que causa na boca. Com vários benefícios para a saúde, a erva é conhecida também como o agrião da Amazônia e pode ser utilizada em tortas, patês, bolos e carnes.
Açaí
Conhecido nacionalmente pela polpa congelada, o fruto nativo da Amazônia brasileira é consumido na região Norte do país como um prato salgado, associado à farinha de mandioca e ao peixe, camarão ou carne. Alimento básico para as populações ribeirinhas, o açaizeiro se destaca por sua abundância e por ser a principal fonte de matéria-prima para a agroindústria de palmito no Brasil. Com o açaí são fabricados sorvetes, licores, doces, néctares e geleias.
Guaraná
Para além das bebidas, o guaraná é um fruto muito rico e característico da culinária brasileira, que pode ser encontrado em pó, em bastão, em extratos ou xaropes. Muito cultivado no município de Maués, no Amazonas, o fruto possui mais cafeína que o café e seus nutrientes estimulantes reduzem a fadiga e a sensação de cansaço, além de ajudar a aumentar a concentração. O Brasil é o único produtor comercial de guaraná no mundo.
Cupuaçu
Entre os muitos sabores e texturas da Amazônia está o cupuaçu, que em tupi-guarani significa “cacau grande”. Seja na forma de suco, geleia, sorvete, cremes, recheio de bombons e outras guloseimas, o aroma singular e o gosto exótico da polpa do cupuaçu é uma das marcas da culinária paraense. O fruto também é rico em fibras e tem um grande poder antioxidante – por conta dessa característica, a fruta faz sucesso internacionalmente.
Tucumã
Com noventa vezes mais vitamina A que o abacate, o tucumã é um fruto de polpa grudenta e fibrosa, muito consumido em Manaus. O X-caboquinho, sanduíche com lascas de tucumã, pão francês e queijo coalho, faz a alegria dos manauaras nos mercados, lanches e padarias da cidade. Os indígenas usam as folhas da palmeira amazônica para confeccionar cordas dos arcos e das redes para pesca e dormir.
Castanha-do-Pará
Uma das mais importantes espécies de exploração extrativa da Amazônia, a castanha-do-brasil, também conhecida como castanha-do-pará, ocorre nas matas de terra firme de vários países amazônicos. A castanheira fornece diversos produtos. As amêndoas são consumidas “in natura” e também na forma de doces, sorvete e farinha. O óleo é utilizado na culinária e na indústria de cosméticos. Com os ouriços é possível fazer artesanatos e também carvão. A casca e o ouriço também são utilizados na medicina popular.
Tambaqui
“Quem come tambaqui não sai mais daqui”. A frase proferida por moradores da Amazônia aos visitantes se refere a esse pescado que não pode faltar nas mesas da região. O Tambaqui é uma boa pedida assado, frito ou em caldeirada. Encontrado no Rio Amazonas e afluentes, o peixão, que pode atingir 90 cm de comprimento e até 13 kg de peso, é tido como comida típica em Rondônia, Amazonas e Roraima.
Pirarucu
O “gigante” dos rios amazônicos, que pode ter mais de três metros de comprimento e até 250 kg, promove benefícios para o ecossistema e comunidades que vivem da pesca. Seu nome vem de dois termos indígenas pira, “peixe”, e urucum, “vermelho”, devido à cor de sua cauda.
Conhecido como o bacalhau da Amazônia, por causa do sabor e qualidade da carne, quase sem espinhas, o pirarucu é encontrado no mercado em mantas, depois de passar por processo de salga ao Sol.
Outras manifestações artísticas e culturais
Uýra Sodoma
Emerson Munduruku é descendente de indígenas e biólogo. Ele é conhecido mesmo como Uýra Sodoma, sua versão drag queen que ensina, com muito estilo, sobre conservação ambiental e direitos LGBTQIA+ às comunidades de Manaus e seus arredores. Os elementos usados na maquiagem são ligados à natureza e podem envolver ramagens, sementes, folhas e flores. Graças a isso, o visual da drag queen está em constante mutação, assim como a floresta. Como a “árvore que anda”, ela viaja para comunidades fluviais da região levando conscientização por meio da personagem.
Sebá Tapajós
Sebá Tapajós carrega no nome não só uma linhagem artística de peso, como orgulho das origens amazônicas. Ele é o idealizador do Street River, projeto que levou sua arte – e de outros 10 artistas – para as casas das comunidades do Igarapé Combu – Ilha do Combu, Ilha das Onças, Boa Vista, Barcarena, Ilha do Papagaio e Ilha do Maracujá – resultando em uma das primeiras Galerias Fluviais do mundo. Reconhecida pelo Iphan (Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), a galeria retrata, por meio do grafite, a vida da população ribeirinha com formas inspiradas nos movimentos dos rios e nas cores da floresta.